Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos

Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos

Depois de terminar a pintura dos murais da Gare Marítima de Alcântara em 1945, Almada Negreiros começou a preparar o projeto para a Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos em 1946, terminando a sua pintura em 1949.

[Parede Este] Aqui, abandonou a dependência narrativa mais evidente da primeira Gare, tratando as figuras de forma mais geometrizada e as cores aplicadas em blocos sem gradações ou ilusão tridimensional, numa conjugação de cubismo e artes gráficas.

Nesta parede vemos um navio pronto a zarpar, junto à amurada. Tudo parece estar num mesmo plano, sem paisagem nem referência ao local onde se passa a ação. Ainda assim, a ação poderia estar a acontecer exatamente aqui, junto ao rio, neste cais. Vemos despedidas consternadas e o embarque de quem parte em busca de melhores condições de vida, temática que não estava em sintonia com a mensagem que o regime queria passar.

[Parede Oeste] Depois de terminar a pintura dos murais da Gare Marítima de Alcântara em 1945, Almada Negreiros começou a preparar o projeto para a Gare Marítima da Rocha do Conde de Óbidos em 1946, terminando a sua pintura em 1949. Aqui, abandonou a dependência narrativa mais evidente da primeira Gare, tratando as figuras de forma mais geometrizada e as cores aplicadas em blocos sem gradações ou ilusão tridimensional, numa conjugação de cubismo e artes gráficas.

Nesta parede temos três painéis independentes, cada um com conjuntos de pessoas num pequeno barco em primeiro plano (uma família, dois pescadores e saltimbancos). Vemos também barcos em construção, varinas africanas e uma multidão observando artistas de circo. À semelhança do tríptico oposto nesta mesma sala, estamos perante temas que afrontam a imagem que o regime quereria ver projetada neste salão, de tal forma que estes painéis estiveram em vias de ser destruídos na época.