Cais
Inúmeras histórias passaram pelo cais, durante a construção das gares e depois. No início da Segunda Guerra Mundial, milhares de refugiados esperaram aqui pelos vistos e barcos que lhes permitiriam sair da Europa.
Antes e depois da guerra, milhares de emigrantes daqui partiram para as Américas.
Também daqui partiram os colonos para Angola, Moçambique, e, em menor número, Guiné Bissau e Cabo Verde, numa colonização que foi estimulada até ao fim da ditadura.
Mas aqui chegaram, por outro lado, muitos que regressaram à Europa depois da guerra, turistas, emigrantes que visitavam família, ou africanos que, entre outros destinos, ingressaram na Casa dos Estudantes do Império — alguns ali organizando resistências anti-coloniais. Daqui partiram soldados para combater na guerra levada a cabo pelo Estado Novo pela manutenção dos territórios africanos, com incontáveis perdas de vidas de ambos os lados do conflito.
Aqui voltaram depois os soldados sobreviventes, e, após o 25 de Abril, com a descolonização, a enorme leva de população retornada das ex-colónias.
Até aos dias de hoje, o cais continuou sempre a funcionar como entreposto de passageiros e mercadorias, e como lugar de passagem e espera.